segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A variação linguística


A variação linguística
Noly Oliveira[1]

                   Analisar cientificamente  uma língua não é nada fácil. Os linguistas, sabem disso muito bem, porque se deparam o tempo todo com as inesgotáveis complexidades estruturais  e funcionais da língua. Basta lembrar que qualquer língua é uma realidade estrutural infinita, que o número de sons da fala de que se serve a mesma é finita bem como o número de suas palavras, ainda que imenso é finito, embora não tenhamos ainda idéia clara de sua quantidade. Apesar de tudo até aqui exposto, o número de enunciados possíveis numa língua qualquer é infinito.
                   Ressalta que, sendo finitos os meios estruturais, bastaria que eles fossem descritos para alcançarmos uma apresentação cientifica completa de uma língua. No entanto, as coisas não são tão simples assim, em função de determinadas razões. Dentre estas podemos destacar que a língua não se esgota em sua estrutura uma vez que é dinamica, plástica, aberta. Para analisá-la adequadamente devemos considerar seu funcionamento social, nenhuma língua é uma estrutura homogênea e uniforme, em verdade qualquer se multiplica em inúmeras variedades a tal ponto que muitos chegam a dizer que atrás de um nome, por exemplo, se esconde, de fato muitas línguas. Trata-se, de referenciarmos a variedade geográfica, sociais e estilísticas.
                   Acrescentamos a toda essa gama de diversidade as peculiaridades de fala e escrita de cada falante, afinal, não há duas pessoas que falem ou escrevam exatamente do mesmo modo e começaremos a ter uma idéia da imensidão da língua. Lembremos que, em situação de uso, um enunciado pode sempre significar seu contrário. Assim, digo: João é muito honesto, mas pelo mecanismo da ironia, faço esse enunciado significar exatamente seu oposto, ou seja, que João é desonesto.
                   Diante do exposto, afirma-se que uma língua é um universo infinito, em contínuo movimento e plástica. Mesmo que conseguíssemos juntar num megadicionário todos os princípios que regem a construção dos enunciados estruturalmente possíveis na língua, cobrindo toda a gama de suas variedades, ainda assim a língua como tal nos escaparia porque não poderíamos engessá-la num dicionário ou gramática.
                   As diferentes maneiras de pronunciar ou de estruturar os enunciados criam um caldo proprício à mudança. Os linguistas costumam dizer que a mudança emerge da heterogeneidade, isto é, fenômenos típicos de algumas variedades acabam por ser adotadas progressivamente por falantes de outras variedades, resultando em alterações nas pronúncias ou na estrutura dos enunciados destas últimas. E esse é um processo contínuo, impossível de ser estancado.
                   Por outro lado, embora a chamada língua-padrão seja também um peixe ensaboado, não significa que não devemos nos ocupar dela ou desmerecer sua importância sócio-cultural como uma tentativa de ser, construir um espaço de  relativa unidade por sobre a imensa variedade da língua em especial para eventos de escrita e para os meios de comunicação de massa.  Para que a língua-padrão possa sumprir sua função é necessário transpor a cultura do erro, tradicionalmente associado quando da substituição de atitudes negativas por outras mais condizentes com o contexto sócio-cultural e dinâmico. Existe uma gama muito grande de fator produtor de diferença, dentre os quais estão: fators geográficos, classe, idade, gênero, etnia, profissao, etc, que estão relacionadas a lugares diferentes acabam or caracterizando-se por deter falar de modo diferente em relação a outro grupo.
                   Na diversidade fontes de recursos alternativas quanto mais numerosos forem mais expressiva pode ser a linguagem humana. Assim, pesquisa em diferentes países evidenciam diferenças na fala quanto ao gênero – a fala da mulher assemelhasse a norma culta masculina, daí o combate ao machistas e terminam por propriciar discussôes sobre valores sociais cuja resultante será aulas mais valiosa e frutífera.
                   Assim, a variação linguística que se apresenta diante do social concebe que determinadas diferenças de status ou papéis entre individuos ou grupos se refletem na língua, esta é a primeira verdade que devemos encarar de frente. É é importante sublinhar que em países ou em comunidades de falantes existem variedades de língua e não apenas no Brasil e que as diferencas que existem numa língua não são causais visto que os fatores que permitem ou influenciam na variação podem ser delectados através de uma análise mais cuidadosa e menos anedótica.


REFERÊNCIA

APOSTILA DA ATIVIDADE TRABALHO DE AVALIAÇÃO 02. TEMA: FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA.



[1] Educadora Social, Historiadora, Especialista em História e Cultura Afro-brasileira, Consultora em Metodologia Cientifica e Coord. de Turma PSCL. E-mail: noly.oliveira@gmail.com

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