segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pegada Ecológica: vamos socializar?

Fórum - Vamos socializar nossas pegadas?*

A atividade de socialização das  marcas que deixamos no planeta através de nossas ações espertou-me interesse desde o título "Pegada Ecológica" e a justificativa do mesmo. De fato, imprimimos nossas marcas em tudo o que nos rodeias e principalmente no meio ambiente porque neste nem sequer notamos o quanto podemos estar agredindo apesar de acreditarmos esta agindo dentro do "politicamente correto".
Notadamente, quanto mais evoluimos mais degradamos. A sociedade tornou-se extremamente consumista contraditoriamente não preocupou-se, até o momento, em investir no processo de repação para tais perdas, nem criaram atitudes compensatórias, somente nos últimos anos tal pensamento tem tido efeito mais preciso, fato que demostra o pouco caso dado ao tema.
O teste proposto pela Pegada Ecológica pode ser uma ferramenta extremamente util para cristalizar tal fato, tanto para os individuos quanto para instituições privadas e públicas.
Eu, particularmente, fiquei ainda mais ciente das minhas falhas quanto a determinadas atitudes do meu fazer cotidiano, fazendo-me recordar da necessidade de rever e transformar o conhecimento em ação imediatamente.
Ou seja, não basta termos os conhecimentos sobre como evitar desperdícios e agressões ao meio ambiente mas ter a práxis diária para que possamos também servir de exemplo a aqueles que estão nosso redor e fazem parte das nossas relações interpessoais.
Uma das melhores formas de propagar tal concepção é trabalhar tais conteúdos dentro das unidades escolares em conjunto com a comunidade local, pois a resultante no entorno certamente permitirá causar efeito multiplicador via motivação concretra e positiva das ações.

Educação e Cybercultura

 
                    Lévy (2010) em Educação e Cybercultura traz a tona um dos mais enriquecedores debates sobre a transformação espaço-temporal da educação, do conhecimento e do saber em relação ao uso dos conhecimentos técnico-científico, destacando que qualquer analise que se pretenda séria deverá necessariamente passar pelo crivo desta relação prescrutando as transformações ocorridas paralelamente na sociedade.
                   Destaca o mesmo que dentre as mudanças facilmente notávies constam a velocidade do conhecimento, sejam eles de cunho técnicos, culturais e/ou administrativos, seguido da natureza do trabalho equivalente ao processo de apreensão, transmissão e produção de saberes (para alguns podendo ser ressaltados através dos quatro pilates da educação identificado por Celso Antunes (2001): saber fazer, saber ser, saber conhecer, saber aprender) para o desenvolvimento das competências de forma mais racional, criativa, prazerosa, desafiadora e em nada platônico interagindo com o ciberespaço notoriamente um mecanismo que se nivela ao desenvolvimento do processo cognitivo humano (mas tecnologia intelectual) e oportuniza novas formas de uso da informação e recursos podendo ser partilhado coletivamente por inúmeras pessoas potencializando e catalizando o processo de aquisição do saber, individual ou coletivo, sobretudo com o uso de softwares.
                   Tais saberes recebem a designação de saber-transição ou saber-fluxo, em verdade importa mais conhecermos o processo, a influência, transformações (reorganizações e ressignificações) que trazem em seu bojo e preconizam quebra de paradigmas da trilogia saber/educação/formação, enfatiza o currículo oculto dos sujeitos, ou seja, os percursos e competências dos sujeitos sociais que abrace o aprendizado aberto a distância (AAD) reforçando as relações societárias e solitárias sendo o educador além de mediador do processo de ensino aprendizagem, estimulador e articulador do (re)conhecimento do aprendizado. Preocupante, na outra ponta do processo, é a exclusão daqueles que não vivênciam esta comunicação viva, aberta, horizontal, dinâmica e fecunda.
                   Das características destacadas sublinha-se a dualidade entre as formas de perceber a aquisição do saber: o enciclopedista e o técnico-científico. Enquanto um é fechado e permanece em sua estrutura nodal os ditames mais conservadores, a outra é flutuante e dinâmico em aparente caos anarquico e recomeço filtrado cooperativamente e individualmente no ciberespaço sem, entretanto, perder suas nuançes essenciais – ser profuso, aberto, heterogênio, não-totálizavel.
                   Nota-se que na era do saber-fluxo os segmentos sociais, políticos e culturais encontram-se em zonas de pertencimentos muito móvies e sem limites em seus entornos, mas requer constante adaptação do móvel no imóvel exposto, concreto, metafísico, ao possibilitar a comunicação e integração via discurso dialógico explícito na escrito mediatizado pelas CTIs onde todos tendem a saciar as necessidades de conhecer e saber de forma global e coletiva.
                   Logo, a velocidade do surgimento e renovação das informações, dados e redes que se (re)criam, interconectam e ploriferam-se transversalmente complementa e retroalimenta a aparente anarquia cognitiva que promovem, contextualizando as condições sócio-educacionais e culturais. Ressalta-se que na educação o discurso de neutralidade não possui mais campo para atuar, nela nada existe que não traga uma intencionalidade nem deixe marcas impregnadas.
                   O processo de avaliação do saber tonifica a implantação de uma nova relação com o conhecimento e seus diferentes gêneros transportados pelas comunidades do ciberespaço e suas ferramentas. Neste sentido, concorda-se com o autor em analise quando esse afirma que “Conhecimentos, know-how, competências são hoje a principal fote de riqueza das empresas, das grandes metropóles, das nações”. (LEVY, 2010, p.20)
                   A passagem descrita a seguir revela claramente como instituições educacionais recorrem a esse novo mundo de conhecimento próprio da cibercultura:

A universidade apoia-se, pois, sobre a interconeção em tempo real da counidade cietífica, sua participação cooperativa nos eventos que lhe concernem, mas do que sobre a depreciação do evento singular que caracterizava a antiga universalidade das ciências exatas. (LEVY, 2010, p.09)

                   Ressalta-se que tal conhecimento cibercultural acontece via simulação[1], promoção da inteligência individual e coletiva, ascensão das tecnologias intelectuais, interações cognitivas operacionais importantes em todos os âmbitos representativos onde o homem atua.
                   Este, além de agente do processo interage com estratégias diferentes, atividades opcionais, exploram diferentes habilidades a fim de adequá-las a lógica que conduz o estímulo das comunicações a distância inserido no eixo da temática desenvolvida.
                   São cada vez maiores as demandas por formação profissional e contínua, onde as ferramentas utilizadas, sobretudo no ensino a distância, ganham destaques maiores em função da relação estrutura e custo-benefício. Corroboram para tal as transformações qualitivas/quatitativas exigidas pelo mercado e coligidas no ciberespaço (via conferências eletrônicas e hipermídia) transformando a rede de comunicações interativas reduzindo espaços entre a forma de ensino clássico e o aberto.
                   Uma das formas de implantar essa mudança para o aprendizado cooperativo de modo qualitativo, coletivo e abrangente é sendo assistido pelo computador, que mais rapidamente revertem os educadores e educandos em níveis horizontais no que tange ao constante aprender, sobressaindo-se no primeiro a função de incentivar a buscar e partilhar com o segundo as aquisições dos novos saberes, reduzindo custo e tempo e promovendo o saber coletivo. Conforme cita Lévy (2010, p.15):

O docente torna-se um animador da inteligência coletiva dos grupos dos quais se encarregou. Sua atividade terá como centro o acompanhamento e o gerenciamento dos aprendizados: incitação ao intercâmbio dos saberes, mediação relacional e simbólica, pilotagem personalizada dos percurss de aprendizado, etc.

                  
                   São três as perpectivas adotadas quanto às incidências das novas tecnologias na educação: como substituto dos educadores, como mero instrumento que vem auxiliar a aprendizagem junto aos educandos, como elemento de interação, questionamento reflexivo, estímulo ao desenvolvimento cognitivo e cultural da sociedade mundial e local. Tais ações poderão diluir paulatinamente as separações entre o saber de sala de aula físico e virtual, entendo que ambos são necessárias ao desenvolvimento das competências para o aprendizado, transmissão e produção do conhecimento num estreitamento continuum entre formação e experiência profissional e social, ensino e reconhecimento dos saberes, numa experimentação constante.
                   Todavia, o cerne da questão atualmente se encontra na instituicionalização dos saberes onde os atores principais seriam a educação, o poder público e os sujeitos sociais que passa pela validação de determinadas atividades sócio-econômicas e o ritmo de constituição dos cursos.
                   Assim, baseado nas analises referendadas acredita-se que o professor/tutor poderá exercer sua função com maior eficiência tomando como base, sobretudo, que o processo encontra-se situado no educando, a compreensão do novo cenário educacional; as novas formas de geração e disseminação dos conhecimentos e saberes; redefinição postural dos personagens educador-educando; ocorrência de maior interatividade entre educando/tutor, educando/educando sob as mais diversas formas de comunicação e uso dos cyberes (cultura e espaço); ritmo pautado pelo educando não se permitindo, porém, passar ao largo os paramêtros instituicionais; desenvolver indicadores de qualidade e regularizar a atividade com ocorrência de avaliação; conhecimentos sobre o processo de EAD ou AAD; as leis que regem a mesma e as dificuldades que permeiam-na. Enfim, saber atuar de forma pedagógica, social, gerencial e técnica efetuando reflexões constantes sobre seu papel enquanto incentivador/utilizador das novas formas de interação, linguagem e instrumentos on line.



REFERENCIA

LÉVY, P. Educação e cybercultura. A nova relação com o saber. EAD Virtual. 2010.
                  


[1]  Aqui compreendemos simulação segundos os parâmetros adotados por Levy (2010, p.11): experiência de pensamento capaz de efetuar um grande número de hipóteses.