quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Pelo direito de saber ler e escrever - reportagem publicada na revista nova escola

Políticas Públicas

Sete passos para erradicar o analfabetismo

Conheça as melhores soluções encontradas pelas cidades brasileiras que estão conseguindo alfabetizar toda a população adulta

Ana Rita Martins (ana.martins@abril.com.br), de Salvador, BA. Colaboraram Anderson Moço, de Niterói, RJ, Beatriz Santomauro, de São João do Oeste, SC, Paola Gentile, de Guajará, Itapiranga e Silves, AM, Paula Takada, de Porto Alegre, RS, e Rodrigo Ratier, de Curitiba, PR, e Blumenau, Jaraguá do Sul e Pomerode, SC

3 Investir na formação dos professores de EJA

Foto: Fernando Vivas
COORDENAÇÃO PARA AJUDAR A EVOLUIR
Em Salvador, todo alfabetizador da EJA
conta com coordenador pedagógico que
assiste a suas aulas e as analisa
semanalmente, usando a observação
como subsídio para a formação continuada.
Os próprios coordenadores têm formação
contínua e são acompanhados de perto
por coordenadores gerais da Secretaria da
Educação. A aposta na capacitação, claro,
exige mais investimentos. No Brasil,
porém, o gasto por aluno de EJA segue
abaixo do das demais etapas de ensino.
É consenso entre os especialistas que a formação dos professores é o fator de maior impacto na qualidade do trabalho e no resultado positivo dos alunos. Entretanto, muitos programas de EJA apostaram no voluntariado despreparado para dar aulas, como se qualquer pessoa que soubesse ler e escrever fosse capaz de alfabetizar, o que está muito distante da verdade.
Mesmo quando se trata de formação de docentes, há sérios problemas. O principal é que a formação inicial pouco aborda a EJA. Segundo pesquisa da Fundação Victor Civita (FVC), realizada pela Fundação Carlos Chagas (FCC), a etapa é abordada em apenas 1,5% do currículo. Por isso, o investimento em formação continuada é imprescindível. O ideal é que ele inclua uma rede de apoio dentro da própria escola, como ocorre em Salvador (leia o destaque ao lado).
Em Porto Alegre, além do investimento na formação continuada, investe-se também na valorização do professor da EJA. Na rede municipal, são 450 docentes com plano de carreira idêntico ao dos que lecionam na rede regular. O resultado disso é que os educadores acabam investindo mais na própria formação (95% deles têm pós-graduação). Para Vera Masagão Ribeiro, coordenadora da ONG Ação Educativa, na capital paulista, a política é acertada. "Muitos professores encaram a EJA como uma forma de bico. É preciso resolver essas questões estruturais para o segmento se profissionalizar."

Publicado em NOVA ESCOLA, Edição 235, Setembro 2010, com o título Pelo direito de saber ler e escrever.
Ver in: http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/modalidades/sete-passos-erradicar-analfabetismo-594388.shtml?page=2 

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