terça-feira, 14 de setembro de 2010

RESUMO

RESUMO: As culturas nacionais como comunidades imaginadas. 

Noly Oliveira


                   O autor aborda em seu trabalho a identidade cultural na sociedade capitalista. Afirma ser a cultura nacional fonte de identidade cultural que confere sentimento de pertença gerados e transformados no interior da representação (a exemplo da representação cultural nacional – dentre ele, o sistema educacional). Trava diálogo com diversos autores a exemplo de Roger Scruton, Ernest Gellner, Homi Bhabha, Benedict Anderson.
                   Expõe que a cultura nacional funciona como um sistema de representação e se a representação das identidades nacionais apresentadas como unificadas e homogêneas realmente o são. Esta última concebida enquanto produto da reunião do estado-nação político e identidade cultural nacional.
                   Cita que dentre as conseqüências da formação de uma cultura nacional estão: identidade única, padrões universalizadores de língua e educação, cultura homogênea.
                   Ressalta que a composição da cultura nacional perpassa pelas instituições, símbolos e representações, pois produzem a noção de identidade que são imaginadas e construídas espaço-temporalmente por narrativas.
                   Para exemplificar expõe cinco elementos principais que compõem essa narrativa: da nação; invenção da tradição; mito fundacional; ênfase nas origens, continuidade, tradição e intemporalidade; simbolismo baseado na idéia de um povo ou folk puro, original. Ressalta que o discurso da cultura nacional há muito é executado em movimento contínuo de avanços e recuos, ambíguo, contraditório.
                   Afirma que os conceitos ressonantes da sustentação da cultura nacional como comunidade imaginada, são: memória (do passado), desejo (por viver em conjunto) e herança (perpetuação).
                   Entrever que a identidade nacional não é identidade unificadora por não subordinar nem extinguir a diferença cultural, por ser exatamente uma estrutura de poder que unificou as diferenças (diferentes classes sociais, grupos étnicos e de gênero) pela força, onde as nações ocidentais modernas exerceram hegemonia sobre os conquistados.            Logo, afirma ser as culturas nacionais dispositivos, discursos, das várias identidades nacionais, pois somos híbridos culturais.
                   Se a idéia de nacionalidade através da unificação via identidade cultural é falha, pois não existe, mais ainda a tentativa por meio do conceito de raça surtiu menos efeito ainda. Raça não é uma categoria biológica ou genética que tenha validade cientifica, mas categoria discursiva, organizada num sistema de representação e práticas sociais que lançam mão de diferenças em termos físicos com marcas simbólicas focando distinguir um grupo de outro.
                   Assim, acredita que devemos relativizar o discurso de identidade cultural unificada nacional visto que esta não existe.  


REFERÊNCIA
HALL, Stuart. As culturas nacionais como comunidades imaginadas. In: A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP/ A Editora, 2000, pp. 47- 65.

Nenhum comentário:

Postar um comentário